Em 1538, o marquês de Vasto e de Pescara, Alfonso de Ávalos, foi nomeado governador de Milão por Carlos V; no ano seguinte, Veneza encomendou a Ticiano este quadro, que foi enviado a Milão em 1541 por intermédio de Pietro Aretino.
A cena representa o fim do motim das tropas espanholas na Lombardia em 1537, quando seu filho Francisco Ferrante, que está ao seu lado ficou como refém até que as promessas do marquês fossem cumpridas.
Diz-se que, para esta atitude clássica do discurso, Ticiano se inspirou nos relevos do Arco de Constantino e nos afrescos de A Alocução de Constantino, de Guido Romano, para o Vaticano.
A composição está imersa numa luz inflamada que, com os primeiros resplendores da aurora, envolve em tonalidades avermelhadas os mantos de veludo e as massas de nuvens ao fundo.
A impressão da multidão indefinida de soldados, não descritos individualmente mas reconhecíveis pelas lanças verticais, foi magistralmente conseguida por Ticiano não com regras prospectas, mas por meio de pinceladas incompletas e esfumadas no céu longínquo.
Este fragmento de exército agrupado, sugerido pelas lanças sob o céu cintilante, foi considerado como um precedente de A Rendição de Breda, pintado por Velázquez cem anos depois.
O jovem Ferrante segura entre as mãos o elmo e seu pai. As cintilações luminosas nas armaduras metálicas e os adornos dourados são acumulações de matéria densa que captam os reflexos ziguezagueantes da luz.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Ticiano Vecellio, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição que contenha comando e soldados, usando o material colorido que você mais gostar.
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