Embora este quadro seja mais acadêmico na sua abordagem do que suas obras posteriores, Monet o impregnou de uma luminosidade e leveza bem diferente das pinturas formais acastanhadas ao estilo feito na época – estilo que prevalecia, sem dúvida alguma, entre a comissão que julgava os quadros nos Salões de Paris.
Apesar do tamanho, Monet insistiu em pintá-lo totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol, trabalhando no jardim de uma casa que ele alugara em Ville d’Avray, nos subúrbios de Paris, em 1886.
O desafio é duplo: trabalhar ao ar livre, o que requer a escavação de uma trincheira no chão para descer a tela com uma polia para trabalhar a parte superior, mantendo o mesmo ponto de vista; e o de atacar o grande formato geralmente reservado para composições históricas.
A ambição do jovem Monet está, no entanto, em outro lugar: como conseguir integrar personagens numa paisagem, com a impressão de que o ar e a luz circulam?
O pintor encontra uma resposta pintando as sombras e as luzes coloridas, os buracos do sol filtrando através da folhagem, os reflexos claros em halos na luz fraca.
Os rostos, imprecisos, não podem ser comparados a retratos. Camille, a companheira do pintor, posou para as três figuras à esquerda. Monet suavemente dá a brancura dos vestidos: coloca-os firmemente na estrutura da composição – que diminui os verdes e os marrons -, dados pela árvore central e pelo caminho.
Concluída no ateliê, a pintura foi recusada pelo júri do Salão de 1867 que, para além da ausência de sujeito ou narração, deplora o aparente toque que julga como sinal de descontração e incompletude. Um dos membros disse: “Muitos jovens só pensam em continuar nessa direção abominável, é hora de protegê-los e salvar a arte!”
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Claude Monet, experimente fazer uma releitura dela ou criar uma composição ao ar livre que contenha natureza e pessoas, utilizando o material colorido que você mais gostar.
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