Essa é uma das pinturas mais famosas de Berthe Morisot. É a primeira imagem da maternidade – mais tarde um de seus temas favoritos – a aparecer nos seus trabalhos.
A artista Berthe Morisot, uma das poucas mulheres reconhecidas na época, retratou sua irmã Edma com sua sobrinha, Blanche.
Veja como a mãe dirige seu olhar afetuoso para o bebê. Uma linha pode ser traçada do rosto da mãe, seguindo pelo braço apoiado, se unindo ao braço dobrado e ao rosto da criança. Esta diagonal que une a mãe e filha é reforçada por outra linha diagonal, formada pela cortina atrás da mãe.
O gesto de Edma, desenhando a cortina do dossel do berço entre o espectador e o bebê, reforça ainda mais a sensação de intimidade e amor protetor expressos na pintura.
Sentimentos de ternura e doçura podem ser percebidos na delicadeza dos gestos e na harmonia das cores. Segundos alguns críticos, a pintora usava a cor branca com maestria. Repare na luminosidade desta cor e na transparência do véu. Morisot opta pelo grande contraste claro e escuro da paleta reduzida de cores, e que os azuis e rosas são distribuídos delicadamente por toda a composição, sendo esses tons ligados à maternidade.
O rosto do bebê não tem traços definidos, pois é observado através do filó do dossel. A ênfase está na expressão afetuosa de Edma.
Berthe era sobrinha do artista rococó francês Jean Honoré Fragonard. Foi modelo de Manet e se casou com o irmão do artista.
Berthe Morisot mostrou essa pintura na exposição impressionista de 1874 – a primeira mulher a expor com o grupo. A pintura foi pouco notada, embora importantes críticos comentassem sobre sua graça e elegância. Depois de tentativas frustradas de vendê-la, Berthe Morisot retirou-a da exposição e a obra permaneceu na família da modelo até ser comprada pelo Louvre em 1930.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Berthe Morisot, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena sobre a maternidade, usando o material colorido que você mais gostar.
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