Manchas espessas de tinta animam a superfície deste quadro. As formas distorcidas e o colorido agitado dão um ar de vivacidade desarticulada ao confeiteiro.
O estilo turbulento de Soutine foi influenciado pela obra expressiva e dinâmica de Vincent van Gogh, embora ele declarasse não gostar do trabalho do holandês.
De fato, Soutine dizia desdenhar a obra de seus contemporâneos e era indiferente aos experimentos dos fovistas e dos cubistas. Preferia pintar em seu próprio estilo e declarava ter afinidade com os mestres antigos, como Rembrandt.
Nascido na Lituânia, Soutine mudou-se para Paris em 1913. Seus temas mais frequentes eram naturezas-mortas, paisagens tempestuosas – com nuvens negras e árvores agitadas – e retratos reveladores de criados e padeiros.
O movimento carregado e as pinceladas impulsivas de suas obras prenunciavam o estilo livre de Willem de Kooning e encarnavam o espírito conhecido como Expressionismo.
Este retrato de um cozinheiro de pastelaria foi o momento decisivo na carreira de Soutine. Paul Guillaume, que estava na época procurando obras de Modigliani, descobriu Soutine através de Michel Georges-Michel, um escritor e crítico de arte que havia escrito um artigo sobre o pintor.
Então, em 1923, Paul Guillaume descreveu a pintura, adquirida por ele em 1930, num artigo em Les Arts à Paris como “um extraordinário, fascinante, real e truculento cozinheiro de pastelaria, afligido com uma orelha imensa e magnífica, surpreendente: uma obra-prima.”
Esta obra pertence ao Musée de l’Orangerie, em Paris.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Soutine, experimente fazer uma releitura dele ou criar um retrato de alguém usando suas roupas de trabalho, usando o material colorido que mais gostar.
Fotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência nas redes sociais, usando a #historiadasartestalento