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Quem é Vitória de Samotrácia ?

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Escultura em mármore branco da ilha de Paros (Grécia) de cerca de 250 a.C a 185 a.C. Na Grécia antiga, “Niké” (em latim) ou “Vitória” (em romano) ou “Nice”, (em português) era a deusa mensageira enviada por Zeus para anunciar o triunfo e a glória, aos vencedores dos campos de batalhas, seja ela terrestre ou naval.

Um pouco da sua descoberta:

Em 1863, o vice-cônsul francês na Turquia, Charles Champoiseau, (1830 – 1909), arqueólogo amador, recebeu uma missão do imperador da França Napoleão III (1852-1870), para que trouxesse de suas viagens, um máximo de objetos antigos para embelezar e enriquecer as coleções do Louvre Imperial, (atual Museu do Louvre).

Partiu então navegando pelo mar Egeu, até a ilha de Samotrácia, na Grécia, para explorar um antigo santuário dedicado aos “Grandes deuses da Grécia”, (a Paz, Justiça, Fortuna, Vingança, Esperança, Fertilidade, Amor…), que se encontrava em ruínas.

E foi lá que acabou encontrando uma das mais antigas atribuições desse deuses, a deusa Vitória, quebrada em vários pedaços.

Em 11 de maio de 1864, chegou ao Louvre tudo que Charles Champoiseau havia encontrado até aquele momento.

Em 1866, depois de um minucioso trabalho de reconstituição, o bloco principal do corpo foi exposta ao público.

Enquanto que a asa esquerda e a parte alto do busto foram deixadas em reserva para estarem incompletas.

Os pedaços da proa do navio e da base, só foram encontrados em 1876 por arqueólogos austríacos, e somente foram enviados para Paris em novembro de 1879, para serem montados com o restante do corpo da Vitória de Samotrácia.

A escultura vitória de Samotrácia exposta no patio do Louvre em 1879

Algumas partes da escultura que não foram encontradas ou que estavam quebradas foram preenchidas com gesso, como: a asa direita, reconstituída inteiramente; a ponta da asa da esquerda; e toda uma parte alto do corpo, (na altura dos seios), e o ombro esquerdo.

Partes da Vitória de Samotrácia em gesso

Em 1884, após colocarem uma armadura metálica para deixá-la completa foi apresentada ao público, de frente, no alto da escadaria “Daru” do Museu do Louvre, com a base, a proa do navio, o corpo e duas asas.

A palma da mão da direita somente foi encontrada na ilha de Samotrácia, em 1950. Aberta, com dois dedos estendidos, o polegar e o anelar, que nos leva a pensar que seu gesto era uma simples saudação.

Quanto aos braços, mão esquerda, pés e a cabeça, nunca foram encontrados.

Devido aos pequenos modelos em terracota da deusa Vitória encontrada na Turquia é de supor que o braço direito estivesse um pouco dobrado e levantado.

Outra suposição é que pelo movimento das pernas, seu pé direito estaria saindo da embarcação, enquanto que o pé esquerdo estaria no ar planando.

A escultura completa da Vitoria de Samotrácia é composto em três partes e vários pequenos blocos de mármore:

Tudo em mármore branco, da ilha de Paros.

1°- Vários pedaços esculpidos separadamente; um bloco único da linha acima dos pés até a linha abaixo dos seios.

Um outro bloco menor, dos seios até a cabeça.

E blocos distintos para o vestido drapeado.

Um bloco para a asa da esquerda, e um outro desaparecido para direita (a da direita é restituição em gesso).

2°- A proa de um navio, que forma a base da estátua, é em mármore cinza da ilha de Rodes.

3°- A base retangular abaixo da proa do navio, serve para sustentar todo o conjunto, também em mármore cinza, da ilha de Rodes.

A Vitória de Samotrácia alada talvez esteja relacionada com as importantes batalhas navais que ocorrem no mediterrâneo, (221 a.C. a 189 a.C), e por esse motivo tivesse sido construída para se comemorar e agradecer as vitórias gregas contra os inimigos invasores.

Na realidade, não existe uma identificação concreta sobre autoria da obra, e são poucos os elementos para datar exatamente o ano da sua construção.

O que se sabe, é que ela foi construída na época helenística, entre os anos de 250 a.C. a 185 a.C.

Foi encontrada no santuário dos “Grandes deuses de Samotrácia”, no alto da colina abrigada numa cavidade de rocha, virada para esquerda, na posição 3/4 esquerda de maneira a ser admirada por suas proporções, grandeza, beleza e sensualidade.

Projetada para frente com suas asas gigantes, podemos notar que respingos do mar umedecem a sua túnica de linho drapeado deixando colado ao corpo.

Detalhe do ventre da escultura Vitória de Samotrácia, indicando o tecido molhado esculpido no mármore.

Uma parte da túnica molhada desce pelas nas pernas, terminando esvoaçadas pelo vento, nas suas costas.

Onde encontrar essa deusa da Vitória ?

Escada Daru e Vitória de Samotrácia Museu do Louvre

Departamento de Antiguidades gregas, etruscas e romanas. Ala Denon, Nível 1, Escadaria Daru,  Sala 703 do Museu do Louvre.

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Respostas de 10

  1. Neste ano tive a oportunidade de visitar o museu do louvre, fiquei encantado com tamanha perfeição. Vitória de Samotrácia é fascinante, assim como Mona Lisa e Vênus de milo.
    Agradeço o empenho e dedicação em apresentar detalhes sobre a obra.
    Abraços.

    1. Olá, Wesley, agradecemos seu comentário. Continue visitando e compartilhando conosco suas experiências com arte. Abraço

  2. Tive a felicidade de visitar em 2022 e em 2023 o Museu do Louvre. Sem dúvida a obra que mais me impressionou foi a Vitória de Samotracia. A posição de destaque em que a obra está exposta no museu torna a experiência ainda mais marcante, realmente maravilhosa.

    1. Olá, Renato, agradecemos seu comentário. Continue visitando e compartilhando conosco suas experiências com arte. Abraço

    1. Olá, Ana, agradecemos seu comentário. Continue visitando e compartilhando conosco suas experiências com arte. Abraço

  3. Encantada com a história em 10 dias estarei no Louvre e farei questão de vê-la de perto.
    Acho triste pessoas que visitam obras significativas e desconhecem a história.

    1. Olá, Mari, agradecemos seu comentário e desejamos ótima viagem para você! Continue visitando e compartilhando conosco suas experiências com arte. Abraço

  4. bom dia! Tudo que diz respeito a arte me fascina sou apaixonada por arte da antiguidades grega, pela historia da arte.
    Não sabia que um dia iria fazer uma graduação em arte e seria tão marcante como foi para mim a historia da obra de arte de Vitoria de Samotracia. Hoje, com 56 anos tenho muita vontade de fazer uma pós em história da arte visitar muitos museus, mas a situação que de desemprego não posso nem sonhar.

    1. Olá, Maria, ficamos contentes em colaborar com seus estudos. Continue pesquisando por aqui e colocando seus sonhos em prática. Abraço

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