Nos dez últimos anos de atividade, Paolo Veronese alternou faustuosas decorações com meditadas composições sacras. Este pequeno quadro é idêntico ao conservado na National Gallery de Washington, de iguais dimensões, realizado entre 1581 e 1582, e, devido ao grande êxito obtido, foi inúmeras vezes repetido com a colaboração do seu ateliê.
A reduzida dimensão da tela, estranha na produção do pintor, permitiu-lhe recriar de uma forma íntima o encanto da cena e dar vibração às preciosas e brilhantes variações cromáticas.
A composição flui no ritmo circular das figuras em primeiro plano: desde o criado negro com cesta à donzela com o pequeno Moisés, num atrevido esboço em perspectiva, passando pela filha do faraó, com um elegante brocado de pérolas, pelas duas figuras femininas, que repetem a sucessão escalonada, para terminar com um bobo anão na extremidade inferior direita.
Árvores de troncos sinuosos e ramos verdes palpitam de encontro a um céu raiado de nuvens.
Para lá da ponte, estende-se uma cidade de fantasia, com templos, torres, pináculos, acariciados por uma luz prateada que sublinha a importância do fundo paisagístico, como trama, não apenas cromática mas sentimental, do episódio bíblico.
Abaixo, à direita, duas delicadas moças dançam animadamente enquanto se vestem na margem do rio depois de terem salvo o pequeno Moisés. As poucas pinceladas que as definem parecem anunciar o estilo setecentista de Watteau.
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Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Veronese, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição que retrate uma cena bíblica ou mitológica, utilizando o material colorido que mais gostar.
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