Essa obra também conhecida por Saturno pertence ao Museu do Prado, em Madri. É uma das mais famosas pinturas negras que decoravam a Quinta do Surdo. O afresco ocupava um lugar à esquerda da janela na sala de jantar.
O conjunto de catorze cenas a que pertence esta obra ficou conhecido como “Pinturas Negras” pelo uso de pigmentos escuros e negros, assim como pelo modo sombrio dos temas.
A obra representa o deus Cronos (deus do tempo), Saturno na mitologia romana, no ato de devorar um dos seus filhos. A figura era um emblema alegórico do passar do tempo, pois Saturno comia os filhos recém nascidos de Reia, sua mulher, por temor a ser destronado por um deles.
A crueldade do mito despertou a atenção de Goya, que odiava a irracionalidade da velhice.
Saturno é representado de forma grotesca, sem um contorno definido, com pinceladas fortes e vibrantes. Ele representa o horror, o monstro. Seus olhos estão esbugalhados, um branco intenso rodeando a pupila, olhos de um lunático. Para manter o poder, o deus atravessa o limite máximo da crueldade.
A luz está focada em Saturno, deixando todo o resto do quadro na escuridão. A morte da luz amplia a sensação de pessimismo. As cores limitadas, incluem o castanho, o preto, o cinza e o vermelho.
O corpo do filho, retratado como adulto, amplia a tensão da obra. Em resumo, é um monstro devorando um homem. O tempo que consome a vida humana.

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Goya, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição sombria que remeta à algo da mitologia, usando o material colorido que mais gostar.
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