A Madonna do Cravo é uma obra de devoção e pertence à época da juventude do artista. pertencia às coleções do Papa Clemente VII.
Maria, expressando melancolia, olha para o filho e lhe dá uma cravo vermelho, cuja cor lembra o sangue da Paixão e também o casamento místico entre mãe e filho, figurando assim Cristo e a sua Igreja. O Menino Jesus estende suas mãos para a flor, mas o seu olhar está ausente, em direção ao céu, simbolizando talvez a aceitação do seu trágico destino e a entregar-se nas mãos do Pai.
Quando Leonardo da Vinci criou este trabalho, ele tinha apenas 20 anos e trabalhou na oficina de seu mestre Andrea del Verrocchio. O volume e a monumentalidade das figuras são produto da influência do mestre. A sua marca está presente também na importância que se concede ao desenho nesta tela juvenil.
Na composição da obra, Leonardo situa os personagens sobre uma parede de fundo, da qual se destacam. O artista ilumina esta pintura religiosa através de focos de luz diferentes. Um incide diretamente e na diagonal sobre a mãe e seu filho. O outro provém das janelas situadas por trás da imagem. Através delas, adivinha-se uma fantástica e indefinida paisagem, que contrasta com a importância que o desenho das figuras assume. Trata-se de uma paisagem de tonalidades suaves, antecipação das experimentações posteriores do artista.
O verdadeiramente relevante da Madonna do Cravo reside no fato de ser uma boa amostra das capacidades técnicas e estilísticas de Leonardo durante a época da sua juventude.
À medida que ele avança na sua trajetória pictórica, as madonnas dos seus quadros perdem a rigidez e a monumentalidade desta Virgem primeira, em favor de imagens mais doces e delicadas. A comunicação entre os personagens torna-se mais expressiva graças a gestos e atitudes.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Leonardo da Vinci, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma imagem que contenha mãe e filho, usando o material colorido que você mais gostar.
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