Gustave Courbet foi um pintor francês pioneiro do estilo realista francês. Foi acima de tudo um pintor da vida camponesa de sua região.
Ergueu a bandeira do realismo contra a pintura literária ou de imaginação.
A pintura de Courbet do final dos anos 1840 e início dos anos 1850 trouxe-lhe o primeiro reconhecimento, desafiando convenções, descrevendo camponeses e trabalhadores de forma livre de idealizações, utilizando a grande escala tradicionalmente reservadas para pinturas de temas religiosos ou históricos.
Nas décadas que se seguiram, as pinturas de Courbet foram, na sua maioria, de caráter político, menos abertamente: paisagens, horizontes marítimos, cenas de caça, nus e naturezas-mortas.
“Espero sempre ganhar a vida com minha arte, sem me desviar um milímetro de meus princípios, sem ter mentido à minha consciência nem por um único momento, sem pintar sequer o que pode se coberto pela palma de minha mão para agradar a alguém, ou para vender mais facilmente.” disse o pintor.
O artista francês Gustave Courbet foi um dos mais verdadeiros em sua arte.
Entregou-se a ela inteiramente, comprometido com a sua verdade, sendo muitas vezes incompreendido, mas venerado após sua morte.
É dele a composição denominada O Desespero, tida como uma de suas obras-primas.
Trata-se de um autorretrato, que se encontra entre as 50 obras mais famosas do mundo.
Em seu autorretrato, com o rosto quadrado em “close-up”, o pintor olha para o observador, em total estado de desespero, como se estivesse a pedir-lhe socorro.
Ainda que se encontre nesse estado emotivo, ele se mostra belo, com seus grandes olhos escuros abertos, sobrancelhas grossas e bem feitas, testa contraída, bochechas coradas, que se contrapõem à palidez do rosto, bigode e barbichas negros, boca carnuda vermelha, entreaberta, e narinas dilatadas.
A sua beleza ameniza o estado de desespero, sendo o observador incapaz de ignorá-la.
As duas mãos sobre os cabelos escuros parecem querer arrancá-los. Os tendões das mãos e dos pulsos, assim como os do pescoço, mostram-se tensos, refletindo seu estado desesperador.
A fonte de luz, que despeja claridade sobre o retratado, vem de sua direita, como se estivesse a empurrá-lo para a frente.
Ao invés de mostrar um retrato, tradicionalmente vertical, Courbet usa o formato de paisagem (retangular e horizontal), que cria um espaço maior para a abertura dos braços, envoltos por uma camisa branca, em seu gestual aflitivo.
Segundo os estudiosos de arte, Gustave Courbet era uma pessoa generosa e jovial, que tinha gosto pela vida.
Mas também era melancólico e passava por momentos depressivos e de estafa.
Courbet gostava tanto desse quadro, que o manteve ligado a si.
Ficha técnica
Título O desespero (autorretrato do artista)
Autor: Jean Désirè-Gustave Courbet
Ano: c. 1853-1855
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 45 x 54 cm
Acervo: coleção particular
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