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Impressionismo e suas inovações

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A Academia Francesa era uma divisão do governo que cuidava da produção literária do país e – com Napoleão Bonaparte – juntou-se  outras expressões artísticas como as Artes Plásticas.

Se você acha que pintar, naquela época era uma atividade livre, está enganado. Para pertencer à Academia, os artistas tinham que seguir uma série de regras:o uso do desenho naturalista, regras de composição, a utilização de cores e a escolha dos temas, considerados nobres, como cenas históricas, religiosas, mitológicas ou personalidades da história.

Em 1667, o Salão de Paris exibia o trabalho dos recém-formados da Escola de Belas-Artes e era sinal de grande prestígio participar dele. Com o passar o tempo, um júri formado por professores, pintores e escultores da Academia foi designado para premiar os artistas que seguissem com rigor técnicos suas normas.

O Impressionismo é o primeiro movimento artístico de revolução total desde o Renascimento. Ele surgiu em Paris, na França, por volta do ano de 1860, mudando tudo aquilo que era visto nas pinturas produzidas até então. Desde o século 15,a pintura acompanhava os passos das inovações técnicas e científicas. A descoberta de pigmentos e a perspectiva, que criava a ilusão de profundidade da Renascença somaram-se ao jogo de claro e escuro do Barroco e, seguindo pelo século 19, vemos surgir os “-ismos”, do qual o Impressionismo faz parte.

Alfred Stevens era respeitado pelos acadêmicos e tinha amigos impressionistas, como Manet e Degas. A pintura de Stevens é um exemplo do gosto da Academia Francesa. O pintor de origem belga, que residia em Paris, estudou na Escola Belas-Artes, participou dos Salões e também recebeu premiações por isso.

Esta parece uma cena corriqueira de uma mulher tomando banho? Preste atenção nos detalhes. A cena foi cuidadosamente construída: enquanto a água da banheira está exatamente na metade horizontal da pintura, equilibrando a imagem, repare como nosso olhar faz alguns percursos sobre a composição. Podemos partir do livro aberto para a flor, seguir pelo braço e cabelos até chegar à saboneteira.

O Banho, c.1867, óleo sobre tela, 73,5 x 9,8 cm, Alfred Stevens, Museu d’Orsay, Paris.

As obras de Edouard Manet chocaram a sociedade parisiense em 1863. Participante do Salão dos Recusados, chamou a atenção dos jovens pintores, insatisfeitos com a situação das Artes da quela época. Manet abriu as portas para experimentações na pintura, como no estudo sobre luz natural, que produz contrastes e altera a visão que temos das cores.

Observe no Tocador de Pífaro como o fundo é simples e Manet fundiu parede com o chão criando um espaço sem profundidade. Usou poucas cores. Note como a área negra do uniforme não apresenta variações de tons, parecendo quase bidimensional. O volume é trabalhando no rosto e nas mãos  do menino, como também no pífaro.

O Tocador de Pífaro, 1866, óleo sobre tela, 161 x 7 cm, Edouard Manet, Museu d’Orsay, Paris.

Na obra abaixo, observe a garçonete. Para onde ela olha? Dessa maneira o artista nos inclui na pintura como se expandisse o quadro para fora da tela. Apesar do homem com cachimbo estar em primeiro plano, nosso olhar vai direto para a figura feminina. Perceba como as pinceladas rápidas e  uso de poucas cores dão forma à caneca de cerveja.

A Garçonete com Cervejas, 1878-79, óleo sobre tela, 77,5 x 65 cm, Edouard Manet, Museu d’Orsay, Paris.

O homem está concentrado em algo que acontece no palco à esquerda, mas que nós só conseguimos enxergar um pedacinho. Trata-se do mundo de quem é visto (palco e dançarinas) e o da garçonete anônima, que, ao mesmo, tempo, é a única que se comunica através do olhar com quem observa o quadro, fazendo-nos cúmplices de sua situação. Os impressionistas desejam captar o instante.

Os pintores acadêmicos desenham em suas telas antes de pintá-las, pois o desenho era a base dos estudos de ateliê, formação indispensável de acordo com a Academia. Diferente dos acadêmicos Claude Monet não se preocupava com os desenhos, eliminado contornos, partindo direto para a pintura. Para ele, o desenho seria artificial em relação à realidade.

Monet realizou diversas telas sobre do mesmo ponto de vista, mudando rapidamente de uma para outra quando percebia que as cores havia mudado devido à iluminação do dia. Daí o efeito borrado das pinceladas rápidas.

“Tirando pintura e jardinagem, eu não sou bom em nada. 
Minha grande obra de arte é meu jardim” Claude Monet

O Lago das Ninfeias, Harmonia em Verde, 1899, óleo sobre tela, 89,5 x 92,5 cm, Claude Monet, Museu d’Orsay, Paris.
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