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Milton Dacosta

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Milton Rodrigues da Costa nasceu em Niterói RJ 1915 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 1988.

Pintor, desenhista, gravador, ilustrador.

Inicia estudos de desenho e pintura em 1929 com o professor alemão August Hantv.

Entre os experimentadores da arte livre, estavam o marinheiro José Pancetti (1902-1958), Ado Malagoli (1906-1994) Milton Dacosta (1915-1988) e, é claro, o fundador do núcleo, Edson Mota (1910-1981).

No ano seguinte matricula-se no curso livre de Marques Júnior (1887-1960), na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), que é fechada pela Revolução de 1930.

Milton Dacosta, com Edson Motta (1910-1981), Bustamante Sá (1907-1988) e Ado Malagoli (1906-1994), entre outros, cria o Núcleo Bernardelli em 1931.

Era uma acanhada sala, no primeiro andar de um velho sobrado da rua São José, no Rio de Janeiro, em cujo térreo funcionava a loja da Casa Cavalier.

No canto esquerdo, um modelo vivo.

Pela sala, espalhavam-se, como podiam, jovens alunos de pintura, dois ou três com cavaletes, os restantes com prancha de desenho, cada um buscando um melhor ângulo para reproduzir o corpo nu, diante de si.

Nada de professores.

Era o Núcleo Bernardelli que se reunia, todas as noites no mesmo local, contestando o ensino tradicional, especialmente a Escola Nacional de Belas Artes, perdida nas sombras do passado, a ensinar, em plena década de 30, a pintura romântica e neoclássica, minando qualquer iniciativa pela modernização da arte.

A pintura era livre, ninguém obedecia a métodos ou técnicas prefixados.

Cada um pintava como queria, dava largas à imaginação, numa luta sem tréguas entre tintas e pincéis, que tentavam conciliar-se, sem resultados patentes.

Sua primeira exposição individual ocorre em 1936, no Rio de Janeiro.

Em 1936, após realizar uma individual, que alcançou relativo sucesso, Dacosta sentiu-se incentivado a tentar, uma vez mais, inscrever-se no Salão Nacional de Belas Artes.

Na tentativa anterior, saiu frustrado, pois seus quadros não só foram recusados pelo Salão como ridicularizados.

Desta vez, porém, não só expôs, como recebeu menção honrosa, uma indicação de que os acadêmicos, refratários a mudanças, começavam a fazer concessões aos novos pintores.

Isso se tornou mais patente nas exposições seguintes, quando ganhou medalha de bronze, de prata e, em 1944, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior.

Foi assim que, em 1945, viajou para os Estados Unidos, em companhia da pintora Djanira e, de lá, seguiu para a Europa.

Em 1946, vai para Lisboa, e conhece Almada Negreiros (1893-1970) e Antonio Pedro (1909-1966).

Após visita a vários países da Europa, fixa-se em Paris, onde estuda na Académie de La Grande Chaumière.

Conhece Pablo Picasso (1881-1973), por intermédio de Cicero Dias (1907-2003), e frequenta os ateliês de Georges Braque (1882-1963) e Georges Rouault (1871-1958).

Expõe no Salon d’Automne e regressa ao Brasil em 1947.

Em 1949, casa-se com a pintora Maria Leontina (1917-1984) e passa a residir em São Paulo.

Um casamento que durou 37 anos e só se extinguiu com a morte dela, em 1984.

Juntos percorreram o caminho da vida e o caminho da arte, participaram de Bienais, viajaram ao exterior em cursos de aperfeiçoamento, serviram de suporte um ao outro, crescendo juntos na missão que escolheram, de tornar o mundo mais belo.

Na década de 1950, desenvolve uma obra de cunho construtivista, característica que muda na década seguinte; retorna ao figurativo com a série de gravuras coloridas em metal com o tema Vênus.

A pintura de Dacosta já não era a mesma, desde os primeiros rabiscos de sua infância e os borrões em livre estilo praticados na primeira fase do núcleo Bernardelli.

Dacosta evoluiu, mas evoluiu gradativamente, degrau a degrau, sem queimar etapas.

Em seus primeiros momentos, como costuma acontecer aos principiantes, sentiu uma atração irresistível pelo Impressionismo, caminhando sequencialmente para o Expressionismo, o Cubismo, o Concretismo, voltando por fim ao Cubismo, como opção definitiva.

Quatro anos após a viuvez, morre também Dacosta, quando vivia a fase mais importante de sua pintura, numa série que ele denominou como Vênus e os Pássaros.

Milton Dacosta construiu uma trajetória peculiar dentro da história da arte brasileira.

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