Narciso, Caravaggio

Narciso, Caravaggio
   

O quadro foi pintado no início da carreira de Caravaggio em Roma, e só foi redescoberto no século 20, pelo historiador Roberto Longhi em 1916, apenas dois anos antes do ensaio de Freud “Sobre o narcisismo”, que define o conceito psicanalítico como organizador do ego.

O artista utiliza o efeito claro-escuro (chiaroscuro) para apresentar o personagem iluminado por um refletor de palco que mostra o que devemos ver, o restante é um bloco negro sobre as costas do personagem, refletido mais abaixo em tons lavados.

Caravaggio retrata o jovem agachado com as mãos na beira d’água numa composição que o aprisiona numa dança consigo mesmo: o braço esquerdo imerso na água até o pulso, se prolonga no reflexo. Igualmente, a mão direita encontra o seu duplo na superfície da água, parecendo um ouroboro humano, uma figura antropomórfica presa num círculo.

Anestesiado de si mesmo, o personagem inclina a cabeça para baixo num movimento em direção ao seu reflexo. Pelos músculos do pescoço e do braço direito, vemos que Narciso faz um esforço descendente e gradual. Um dos pontos mais impressionantes é esse movimento: quando nos distraímos e voltamos a ele, a impressão é de que Narciso está um pouco mais perto do espelho.

Quanto aos olhos, talvez seja o esforço, talvez o encanto, mas ele os fecha em dois traços negros.

Narciso, óleo sobre tela, 113,3 x 94 cm, 1597-1599, Caravaggio (Michelangelo Merisi), Galeria Nacional de Arte Antiga, Palazzo Barberini, Roma, Itália.
pincel

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Caravaggio, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição inspirada em Selfie, uma fotografia que uma pessoa tira de si mesma, usando o material que você mais gostar.

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