Os azulejos de Adriana Varejão

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Os azulejos de Adriana Varejão
   

Falar sobre as obras de Adriana Varejão obrigatoriamente fala-se dos azulejos,  elemento essencial de sua pintura.

Suas instalações com o material são marcantes, dando às artes plásticas brasileiras expressão em materiais usadas desde a arte colonial mas com viés contemporâneo.

Uma de suas principais instalações é a série Mares e Azulejos.

Seus trabalhos abordam o período colonial brasileiro, inspirados nos botequins cariocas, nos mercados de carne e nos banheiros públicos europeus.

A artista faz uma releitura de elementos visuais incorporados à cultura brasileira pela colonização, como a pintura de azulejos portugueses.

E ainda hoje, os azulejos – segundo a artista – são parte dessa arquitetura contemporânea comum e vulgar.

Com os azulejos, Adriana coleta fragmentos de histórias e os expõe de forma artisticamente implícita.

Pode-se dizer que os azulejos foram os pavimentos das pinturas da artista, pois ladrilham e preenchem suas telas, completando as histórias contadas por ela em seus quadros, fazendo de seus trabalhos um mar de histórias, fruto de suas inspirações cotidianas e do seu encantamento a cada novo despertar.

Nas suas palavras a artista deixa claro o seu percurso de criação:

“Minha narrativa é um tecido de histórias.

Histórias do corpo, da arquitetura, do Brasil, da tatuagem, da cerâmica, dos azulejos antigos, portugueses, ou dos modernos vulgares, dos mapas dos livros, da pintura.

E mais: um botequim na Lapa, um canto em Macau, uma piscina em Budapeste, ruínas em Chacahua, um muro em Lisboa, um claustro em Salvador, um hammam subterrâneo no 18º bairro de Paris, um delicado vaso Song, uma frase num livro, um mercado em Taxco, uma pele tatuada, um anjo negro em Minas, um caco em Barcelona, um nanquim em Guilim, um açougue em Copacabana, um crisântemo em Cachoeira, uma notícia no jornal, um espelho em Tlacolula, um banheiro de rodoviária, um pássaro chinês em Sabará, o som do violão, um azulejo em Queluz, um charque em Caruarú, uma frase do passado, um quadro em Nova Iorque, ex-votos em Maceió, um vermelho em Madrid, um sento em Kyoto, e mais, e mais, e mais…”

Em 2008, o Instituto Inhotim inaugurou um de seus pavilhões mais emblemáticos, marco da profunda relação entre arte, arquitetura e paisagismo presente no Instituto.

A Galeria Adriana Varejão abriga seis obras da artista, trabalhos que expressam sua diversidade de interesses e variedade de fontes de sua pesquisa.

Celecanto provoca Maremoto – Obra da artista no seu pavilhão de Inhotim

Que tal desenhar um desenho como se fossem azulejos e criar neles sua reflexão sobre uma temática da sua escolha.

 

Inspire-se! Fotografe a sua obra e compartilhe nas nossas mídias sociais #historiadasartestalento

 

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