Provérbios Flamengos, Pieter Bruegel, o Velho

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Provérbios Flamengos, Pieter Bruegel, o Velho
   

Na época de Bruegel, os provérbios eram um meio de expressão importante e muitas vezes eram expressos visualmente. Havia muitas gravuras com temas desse gênero, que eram baratas e circulavam com facilidade.

Um trecho da bíblia muito lido na época era o Eclesiastes, um dos livros do Velho Testamento que contém a frase “o número de tolos é infinito”. Com este quadro, Bruegel teve a intenção de entreter e instruir. Fez isso com admirável sucesso, criando uma janela para o mundo, tanto no sentido visual como moral.

A obra de Bruegel resistiu ao tempo porque cada geração tem a sensação de que ela se refere às questões e à realidade do seu próprio tempo.

Na abertura do telhado à esquerda, este casal mora junto sem estar casado – um estado de pecado que se chamava “viver debaixo da vassoura”.

Logo abaixo da abertura do telhado, um malandro com chapéu colorido de pompom branco está roubando nas cartas. Sua atitude para com o mundo é representada graficamente: ele defeca no globo, abaixo da janela. Dentro da taverna, dois tolos “levam um ao outro pelo nariz”: um ignorante tenta instruir outro ignorante.

No muro da casa à esquerda, “Colocar o guizo no pescoço do gato” era a tarefa perigosa que um trépido rato tentou realizar, num conta de fada flamengo. Este homem está sendo super cauteloso; está literalmente “armado até os dentes”, para proteger-se da ira de um gato velho e manso.

No canto inferior esquerdo, a mulher carrega fogo em ma das mãos e água na outra; ela não consegue formar uma opinião. Ao seu lado, o porco que arranca a rolha do barril representa a ganância.

A mulher que amarra um demônio numa almofada representa a esposa tirana. Bruegel dedicou um quadro a esse tema, conhecido como Dulle Griet (Margarida Louca). Os provérbios daquela época diziam que uma mulher assim era capaz de visitar o inferno sem nada sofrer.

“Muito trabalho e pouca lã, disse o tolo, e tosquiou o porco.” Atrás dele, duas mulheres espalham boatos maldosos.

Tapar o buraco depois que o bezerro já se afogou é tomar precauções para evitar um desastre que já ocorreu.

Muitas imagens usadas neste quadro aparecem em outras obras de Bruegel, como cegos à distância, o peixe grande engolindo o pequeno e o homem no globo de cristal em primeiro plano.

Uma esposa adúltera coloca um manto azul sobre o marido, a quem ela engana. Ela puxa o capuz bem sobre os olhos do homem, tapando-lhe a visão. O azul é a cor simbólica da traição.

Ao fundo da paisagem, uma procissão de cegos está completamente perdida e se aproxima perigosamente  da beira de um precipício. As pessoas estúpidas Têm tendência a seguir outras que  são igualmente estúpidas.

Provérbios Flamengos, 1559, Pieter Bruegel, o Velho, óleo sobre madeira, 117 x 163 cm, Museu Staatliche, Berlim.

Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Pieter Bruegel, o Velho, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cenas que transmitam provérbios populares da sua cultura, usando o material colorido que mais gostar.

Fotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência conosco, nas redes sociais, usando a #historiadasartestalento

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