Em sentido genérico, entende-se por desenho todo traço linear ou de figura, realizado num suporte adequado, que expressa uma ideia estética.
Ainda que possam considerar antecedentes distintos, das grafias rupestres às mais diversas manifestações medievais, como álbuns de arquitetura ou, em especial, as sinópias (esboços preparatórios que antecediam os afrescos italianos desde o século 14), foi em fins do século 14, e sobretudo, a partir do Renascimento italiano, que o desenho aparece tal como é entendido modernamente, tendo o papel como suporte.
A partir de então, e até o século 19, o desenho torna-se o fundamento de todas as artes, o primeiro passo, de forma geral, para empreender qualquer obra artística. Vasan foi um dos primeiros colecionadores de desenhos, o que demonstra o apreço que, desde muito tempo, tais obras despertam, tanto quando se tratam de apontamentos rápidos (reflexo da personalidade ou de inspiração imediata) como quando são mais elaborados (expressão suprema da ideia da obra de arte).
Já no século 18, mas sobretudo ao longo dos séculos 19 e 20, o desenho apresenta-se como obra artística autônoma, não necessariamente concebida como estudo prévio de outra, o que supõe, de certo modo, um retorno às origens.
Elementos do desenho
Do ponto de vista técnico, a análise de um desenho deve levar em consideração dois aspectos fundamentais:
a) A superfície com seu colorido e textura: ainda que no passado se utilizasse o pergaminho, feito de pele curtida de animais, o suporte mais comum é o papel, que pode ser de muitos tipos.
b) A forma do desenho propriamente dita. Há três formas de desenhar:
- O desenho por contorno ou linear;
- O modelado que dá a ideia de volume a partir de riscos paralelos;
- O pictóricos, que se organiza por manchas e se interessa pelo contraste de luzes e sombras; tende a fundir as figuras no espaço.
Técnicas tradicionais do desenho
Há três grupos de técnicas de desenho, divididos com base no instrumento empregado para desenhar.
a) Os meios de ponta fina, o mais comum é o grafite, que proporciona um traço negro e bastante fino. Outros meios de ponta fina são as pontas de metal e o bico-de-pena.
b) Os meios de traço largo que podem ser:
- naturais, como o carvão (fruto da semicombustão da madeira, que produz o traço negro), o bastão argiloso (que gera traço de cor sépia e penetra no papel), a sanguínea ou lápis vermelho (à base de argilas com ferro) e o giz branco;
- não-naturais, como o lápis de arte ou pastel (técnica próxima à pintura, já que utiliza pigmentos cloridos nos lápis).
c) Os meios portadores de tinta, dos quais o mais comum, seria a pena de cânhamo ou pena de ave. Há vários tipos de tinta, de acordo com seu material principal (sempre mesclado com um diluente):
- A tinta esferográfica que leva pigmentos de ferro que, às vezes, chegam a destruir o desenho, manchando-o por detrás;
- A tinta chinesa ou nanquim, à base de pó de carvão;
- O bistre, à base de cinzas de madeira, que possui cor amarronzada;
- A tinta de sépia, feita a partir do animal marítimo de mesmo nome.
Respostas de 2
Bom dia.
Excelente artigo.
No século vxii utilizou-se também giz preto, na confecção de desenhos.
Possuo um desenho antigo e gostaria de investigar sobre a idade do papel utilizado na obra.
Poderiam indicar um laboratório, ou universidade que trabalha com pesquisa nesta área?
Atte.
Claudio
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