A partir de 1903 começa sua ampla série de obras sobre cenas nas praias levantinas que passarão a ser as mais representativas de sua ampla produção. A tela de grandes medidas é uma exceção ao formato habitual que costumava utilizar para obras sobre esta temática.
Em 1906 e finalizada sua exposição individual em Paris, o quadro foi adquirido por Madame Bryce, por 25.000 francos, que levou-o a sua residência em Londres e lá o apresentou na exposição de 1908.
Sorolla realizou esta obra na praia do Cabañal de Valença; representa um grupo de crianças em primeiro plano. Frente a eles, uma mulher segura uma criança pequena nua. Ao fundo, outras crianças com suas mães desfrutam do mar em um esplêndido dia de praia.
Trata-se de uma das cenas que melhor definem o iluminismo. A luz inunda toda a composição, chegando quase à distorção da cor. Assim, Sorolla capta magistralmente o efeito que produz a luz ao incidir sobre a água, refletindo as figuras.
Predomina uma palheta brilhante não isenta de tonalidades mais escuras que criam uma atmosfera real repleta de verde-esmeralda e azul-cobalto e ultramar que se destacam frente a amarelos e brancos.
Já em 1904, o pintor começa a usar uma pincelada grossa e ampla, acompanhada de outro elemento importante nestas composições que é a rápida execução com que são realizadas.
É uma das primeiras obras em que se vislumbra a preocupação do art10ista pelo movimento. A cena reflete a força da brisa marinha sobre o vestido das meninas e sobre seus rostos, proporcionando uma clara sensação de instantaneidade.
Para realizar este tipo de obras, Sorolla teve que passar por condições duras de trabalho. Blasco Ibañez, íntimo amigo do pintor descreveu-o assim: “…o frio do inverno como o raivoso sol do verão valenciano, todos os anos, matava algum trabalhador do campo, mas ainda não pudera com Sorolla, valente soldado da pintura que, como uma salamandra, passa o dia inteiro entre a areia que queima e o céu que vomita chamas, sem sombrinha, porque sua sombra poderia modificar a visão clara e precisa da luz e dos objetos, sem outro abrigo que a minúscula aba de seu chapéu.”
Ao realizar a maioria de seus quadros ao ar livre, a crítica tentou equiparar sua obra com a dos impressionistas. No entanto, enquanto estes tratavam de captar a luz para estudar sua mudança em relação à matéria, o artista aponta luzes e cores para especificar contrastes e quase nunca para referir-se às mudanças de estado ou de tempo.
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Joaquín Sorolla, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema ou crie uma composição tendo a praia como cenário, usando o material colorido que você mais gostar.
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