Continuam as discussões sobre a identidade da modelo, que por muito tempo se julgou ser a Duquesa de Alba, outra hipótese é Pepita Tudó, amante e mais tarde esposa do poderoso ministro Godoy, como também sobre o significado do duplo retrato, vestido e nu, com a mesma protagonista e sobre a cronologia (a Vestida é, certamente, posterior, de 1800-1806).
O vestido assim como a jaqueta de toureiro, a faixa e os escarpins de seda, com bordados a ouro e ponta pronunciada, revelam a alta linhagem da modelo; tratar-se-ia, por conseguinte, de uma espécie de máscara: uma dama diverte-se fazendo-se passar por plebeia, mostrando-se numa atitude despreocupada e provocadora, livre de quaisquer convenções formais.
A moça decalca a imagem da tela da Desnuda tanto na diagonal como na posição dos braços, mas são notáveis as diferenças de tom e de riqueza cromática.
Neste caso escolheu-se um momento mais crepuscular com intensas luzes e sombras, e o corpo destaca-se no esplendor da roupa branca, que, atingida em cheio pela luz, se afunda entre as pernas; na aparente identidade, a pose é mais descontraída e apoia-se nas barrigas das pernas, que se sobressaem no divã.
O pincel de Goya mostra a densidade, a riqueza e a qualidade líquida do empaste da matéria, estendido com pinceladas livres que perseguem as aventuras da luz sobre cada superfície.
Este quadro pertence ao Museu do Prado, em Madri, e é exibido ao lado do quadro A Maja Desnuda.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Goya, experimente fazer uma releitura dele ou criar um retrato feminino, usando o material colorido que mais gostar.
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