Em 1507, Atalante Baglioni encomendou a Rafael esta obra como lembrança de seu filho Grifonetto, que morrera assassinado, em 1500, durante as lutas entre os membros da mesma família, pela Senhoria de Perugia. A obra devia ser colocada na capela familiar da igreja de San Francesco al Prato, de Perugia, e esteve lá até que, em 1608, foi enviada em segredo ao papa Paulo V, que a deu de presente a seu sobrinho, o cardeal Scipione Borghese.
Talvez um melhor título para essa obra fosse A Transferência de Cristo ao Sepulcro, já que este é o momento preciso que aparece representado nela. Rafael dividiu o assunto em dois momentos entrelaçados; na parte esquerda ele colocou o grupo de apóstolos e discípulos que transportam o corpo de Cristo, enquanto que na direita aparecem as marias que sustentam a Virgem desmaiada de dor.
Os dezesseis desenhos preparatórios que se conservam desta obra, evidenciam a estudada e intensa elaboração que o pintor fez da mesma. Estes esboços mostram que, em princípio, Rafael concebeu a obra como uma Pietá, para depois, afastando-se da iconografia tradicional, fundir na composição final as duas cenas, um pouco discordantes, que ele idealizara nestes desenhos.
Assim, passou da ideia primitiva do lamento sobre Cristo morto à da Transferência ao Sepulcro. Como nexo entre ambos os grupos aparece a figura do atlético rapaz que segura as pernas de Cristo, o qual, mesmo que partícipe do movimento do grupo do lado esquerdo se projeta para a direita. O pé esquerdo deste personagem serve também de eixo central em torno do qual se organizam as tensões e a força do quadro que se distribuem seguindo as diagonais do esquema compositivo em forma de V.
Nesta obra encontram-se numerosas ressonâncias em relação à influência de Michelangelo, isso se mostra tanto no pronunciado esforço físico das figuras que Rafael plasma com marcados escorços e torsões, como nas expressões de grande intensidade dramática refletidas nos corpos e nos rostos, especialmente no de Cristo e no da Maria ajoelhada, que se vira para a Virgem, e que, sem dúvida, se inspiram nas obras Pietá e Tondo Doni, ambas de Michelangelo.
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Rafael Sanzio, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema, inspire-se nas características do Renascimento e crie uma cena onde dois grupos diferentes estão atuando sobre o mesmo tema principal. usando o material colorido que você mais gostar.
Fotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência conosco, nas nossas redes sociais, usando #historiadasartestalento