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Gisela Eichbaum: Trabalhos sobre Papel | Museu Lasar Segall SP

Lancôme, La Vie est Belle EDP, Perfume Feminino

Como Lasar Segall (1889-1957), a pintora e desenhista alemã Gisela Eichbaum (1920-1996), também de origem judia, adotou o Brasil como refúgio após conhecer logo cedo, em solo europeu, a experiência da hostilidade e perseguição.

A exposição apresenta ao público 38 obras da artista refugiada em São Paulo (SP) nos anos 1930, cuja produção está situada no campo do abstracionismo lírico – vertente artística influenciada pelo expressionismo que valorizava o instinto, o inconsciente e a intuição, resultando em imagens com tons e formas vagos e fluidos, com parentesco onírico e musical.

Refúgio e influência

A música, de fato, não era algo estranho a Gisela Bruch Eichbaum: a artista era filha do alemão Hans Bruch e da judia Lene (Hélène) Bruch, ambos exímios pianistas formados pelo prestigioso Conservatório Superior de Música de Colônia (Alemanha).

Com a ascensão do nazismo no início dos anos 1930, que proibiu os chamados “casamentos mistos”, o casal refugiou-se no Brasil com as duas filhas (Gisela e sua irmã Maria Luisa).

Gisela chega ao Brasil em setembro de 1935.

Em São Paulo, Hans e Lene Bruch atuariam intensamente na área cultural, apresentando-se em recitais e dando aulas de piano.

Gisela viria se casar com outro judeu alemão refugiado na cidade e familiarizado com a música: o renomado médico e pesquisador Francisco Eichbaum, excelente violoncelista e parceiro de Gisela, que era também pianista, em concorridos saraus paulistanos frequentados por artistas de renome internacional.

Na década de 1940, Gisela Eichbaum estudou pintura e desenho com Yolanda Mohalyi, Samson Flexor e Karl Plattner.

Também integrou o Atelier-Abstração, um dos espaços mais importantes de formação artística na cidade de São Paulo na década de 1950, e frequentou a Escola de Arte Moderna de Nova York (EUA).

A exemplo do que ocorreu com outros artistas atuantes no Brasil em sua época, Gisela Eichbaum sofreu grande influência de Lasar Segall – de quem, curiosamente, seu marido foi médico pessoal.

A artista, entretanto, firmou identidade própria na trilha do abstracionismo lírico, sendo aclamada como “pintora musical” e tendo sua obra reconhecida por exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, bienais, salões de arte e premiações.

Obras de transição

Gisela Eichbaum acumulou em mais de 50 anos de trajetória uma farta produção artística, tendo vivido seu pico criativo entre os anos de 1960 e 1980.

A maior parte das obras que o público poderá conferir de perto em “Gisela Eichbaum: trabalhos sobre papel 1957 – 1976” pertence às décadas de 1950 e 1960, período em que a artista empreendeu uma transição da figuração para a abstração.

Garrafas, copo e fruta – 1959 – Gisela Eichbaum, Técnica mista sobre papel, 21,5 X 30,9 cm (Coleção da família da artista)

 

Na exposição preparada pelo Museu Lasar Segall, que acontece no ano do centenário de Gisela Eichbaum, são exibidos trabalhos menos conhecidos da artista, além de manuscritos, catálogos e outros itens.

Museu Lasar Segall. Rua Berta, 111 – Vila Mariana – São Paulo -SP. Aberta de quarta a segunda, das 11h às 19h. Entrada gratuita. Até 18/05/20.

Fique atento! Horários podem modificar. Consulte o site oficial da instituição.

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