Nos quadros de Tintoretto, a estrutura teatral acentua a tensão dramática da ação, graças também à exasperação dos esboços em perspectiva e aos gestos dos protagonistas. Juntamente com outras cinco cenas bíblicas, todas de formato horizontal e conservadas no Museu do Prado (Judith e Holofernes, Susana e os Velhos, Ester diante de Assuero, Rainha de Sabá diante de Salomão, Moisés Salvo das Águas) a tela fez parte, provavelmente, da decoração do teto de um palácio veneziano e marcava no centro o oval com a Purificação das Virgens Madianitas, também no Prado.
A série executada para ser vista de baixo, foi adquirida por Velázquez em Veneza em 1651, durante a sua segunda viagem a Itália, a mando de Filipe IV.
A suntuosidade decorativa, a disposição perspectivo-ilusionista, a riqueza e a luminosidade da massa cromática, mais dourada e quente do que em outras telas, mostram a aproximação, efetuada em meados do século 16, ao estilo de Paolo Veronese.
A composição é assimétrica e móvel, disposta sobre duas linhas divergentes formadas pela cortina de veludo e pela figura de José, que se afasta violentamente; o nu feminino, marcado por uma linha elástica, sinuosa e precisa, desprende uma intensa luminosidade, em contraponto às sedosas telas percorridas por cintilantes resplendores.
A estrutura prospectiva, que permite contemplar a cena de um ponto de vista muito baixo, provoca uma sensação e ligeira vertigem.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Tintoretto, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição no estilo maneirista que conte uma cena que cause a sensação de movimento, usando o material colorido que você mais gostar.
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