A tela é um dos seis duplos retratos conhecidos das filhas do artista, Mary e Margaret, executada provavelmente em Bath, para onde Thomas Gainsborough se transferiu, à procura de uma clientela mais culta e rica, por volta de 1760-1761.
O quadro é muito diferente dos retratos dos meninos pintados por encomenda, quer pela pose, quer pela intenção exibicionista da riqueza dos pais, e apresenta as filhas numa atitude informal e natural, como acontece no precedente As Filhas do Artista Perseguindo uma Borboleta, também ele exposto na National Gallery.
Só as cabeças foram acabadas, enquanto o resto da composição num fundo de preparação ocre que dá transparência aos módulos com os quais Thomas Gainsborough construiu a sua visão.
O quadro é um esboço inacabado, particularmente, na figura apenas delineadas do gato, mas que não sabemos se Gainsborough teria a intenção de terminá-lo ou apenas eliminá-la da composição, como sugere o contorno do braço de Margaret.
As duas figuras tendem a fechar-se num círculo descrito pelo abraço da irmã mais velha, cujo movimento reaparece embaixo, pelos braços da mais nova e ainda pelo gato e pela manga, enquanto os clarões do céu, ao fundo, refletem, no alto, o mesmo percurso.
Aparece-nos em toda a sua evidência o calor deste intenso movimento criativo, o sentimento com que o olhar do pintor, como o nosso, acaricia os rostos das crianças amadas.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Thomas Gainsborough, experimente fazer uma releitura dele ou crie um retrato de crianças que demonstre afetuosidade, usando o material colorido que você mais gostar.
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