Entre os anos 1894 e 1900, transcorre o segundo período de consolidação de Sorolla. O tema da história tão demandado nos anos anteriores e apresentado nos certames oficiais é substituído pelo realismo social. Por isso, Sorolla se atém à nova moda e realiza três telas com esta temática: Outra Margarida, Tráfico de Mulheres e o aqui representado.
Por meio deste título E Ainda Dizem que o Peixe é Caro, enfatiza as injustiças sociais, e faz uma clara denúncia das fatais conseqüências do mísero salário que recebem.
A obra representa o dramático momento em que um jovem pescador, após sofrer um acidente durante seu trabalho é socorrido por outros dois mais velhos.
A cena se desenvolve na bodega de um barco. O artista apresenta-a em um plano inclinado em relação à moldura, reforçando assim a sensação das ondas e o movimento.
Parece uma composição tradicional em que se observa, em um primeiro plano, as figuras rodeadas de utensílios de pesca, como, cordas, baldes e uma lanterna que se destaca entre os demais por seu movimento.
A obra fica definida pelo forte contraste entre sombras e focos de luz muito marcados como se observa nas costas do pescador com gorro e na cabeça do que segura o acidentado.
Predominam os tons ocres amarelados e pardos matizados com um predomínio de suaves tons frios. Esta gama cromática é utilizada por Sorolla em suas obras mais precoces, influenciado pela obra de Velázquez..
Sorolla, com este tipo de obras, quer exaltar o trabalho das classes populares valencianas, especialmente a dura tarefa dos pescadores. Ele nasceu no antigo bairro de pescadores de Valença e sabia muito bem as penalidades vividas na sua infância.
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Joaquín Sorolla, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema ou crie uma cena mostrando injustiças sociais, usando o material colorido que você mais gostar.
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