Sansão e Dalila, Rubens

Sansão e Dalila, Rubens
   

Rubens tinha apenas 31 anos quando pintou esta obra magnífica, que vibra com o talento, o entusiasmo e a energia que lhe trouxeram honrarias e riqueza.

O quadro mostra a história do velho testamento da derrota de Sansão, o guerreiro israelita de força sobre-humana que era o flagelo dos filisteus. A ruína de Sansão foi causada por seu desejo pela filisteia Dalila, que o enganou e o fez revelar a fonte secreta da sua força: seu cabelo comprido.

O artista representa o tenso momento em que o primeiro cacho é cortado e os soldados filisteus se preparam para arrancar os olhos de seu inimigo israelita. Quando seu cabelo voltou a crescer, Sansão, com força renovada, destruiu o templo dos filisteus, sacrificando sua própria vida ao realizar sua vingança.

A porta, os soldados filiseus entram sorrateiramente, com os rostos iluminados de baixo, pela luz soturna de uma tocha acesa. Eles levam os bastões pontiagudos com que irão furar os olhos de Sansão.

Rubens introduziu uma velha, retratada no canto superior esquerdo, que não é mencionada na Bíblia, para servir de contraste – sua feiura e a intensidade da expressão traiçoeira realçam a beleza da jovem, e sugerem uma ignorância juvenil quanto ao destino que ela estava trançando para seu amante.

Com as faces rosadas de prazer físico, Dalila reclina-se languidamente. A inclinação de sua cabeça repete a da estátua de Vênus logo acima. Sua pele lisa e juvenil apresenta um contraste marcante com a pele da velha.

As intricadas mãos enlaçadas que seguram a tesoura são uma brilhante metáfora visual para representar a trama enganadora que causou a queda de Sansão. O barbeiro realiza sua tarefa com a concentração e a destreza de um cirurgião ou de um talentoso diplomata.

Cada personagem principal tem gestos de mãos específicos que revelam seu estado físico e mental. A curva das costas de Sansão conduz nosso olhar para cima, até o clímax, que são os rostos dos personagens principais.

A enorme estrutura de Sansão foi inspirada nas obras de Michelangelo, que Rubens estudou na Itália. A cena está juncada de ricos tecidos e cores – sedas, cetins e bordados em tons vibrantes de vermelho e dourado. Verdadeira proeza técnica, os tecidos também compõem o cenário para o tratamento sensual do tema.

A cor dominante na parte inferior esquerda do quadro é um vermelho rico e vibrante, sobre um fundo de cálidos marrons  dourados, e a maravilhosa cor translúcida da carne que Rubens conseguia obter. O vermelho simboliza a paixão que precedeu esta cena: como cor do sangue, também indica o ato macabro que vai se seguir.

O estilo Barroco dominou as artes no século 17, e Rubens foi um dos seus principais expoentes. O Barroco favorecia temas imensos e dramáticos, texturas ricas e iluminação exagerada. Ela não procurava convencer pela razão mas sim pela ilusão, arrebatando os sentidos e as emoções. Tanto a Igreja como a Monarquia utilizaram esse estilo para criar uma imagem de poder absoluto, autorizado por Deus.

A obra pertence ao acervo da National Gallery em Londres.

Sansão e Dalila, c.1609,-10, óleo sobre madeira, 185 cm x 205 cm, Rubens, National Gallery, Londres.

pincel

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