Dürer, que conheceu Patinir pessoalmente, o definiu como “um bom pintor de paisagens”. A extraordinária visão de panoramas que e vão desenrolando na vastidão de horizontes longínquos é o aspecto mais singular da produção de Patinir, reconhecido representante da escola de Antuérpia.
Ele estudou obstinadamente as obras de Bosch, do qual adotou o gosto visionário e a capacidade para inventar cenários fantásticos através de detalhes totalmente realistas.
A inclusão de figuras humanas em seus quadros – simples pretexto narrativo para justificar grandes cenas panorâmicas – costumava ser obra de outros pintores, como sucede neste quadro, fruto da colaboração entre dois dos máximos representantes da ecola de Antuérpia: o eremita atormentado pelas três sedutoras jovens e a bruxa de riso maléfico (símbolo da caducidade da beleza) foram pintados por Quentin Metsys,o artista a quem Patinir, às portas da morte, confiava os seus filhos.
A pintura foi estruturada por Patinir como uma vista aérea paisagística, colhida desde o ar transparente e líquido, refletido em azuis e verdes compactos.
O interesse pelos efeitos de luz natural e pelas variações atmosféricas virá a ser recuperado pelos paisagistas holandeses e flamengos do século 17.
As amplas vistas paisagísticas devem também relacionar-se com os descobrimentos geográficos da época e as conquistas de além-mar. Carlos V, quase que, subitamente, teve de governar um império que compreendia os imensos e desconhecidos territórios das novas colônicas americanas e no qual “o Sol nunca se punha”.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena sobre religião ou mitologia, usando o material colorido que você mais gostar.
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