A interpretação do significado iconográfico deste pequeno quadro é controversa: a hipótese mais provável é representar o Sonho de Cipião, tema recorrente na cultura neoplatônica florentina. Cipião, heroico condottiero romano, adormecido debaixo de um loureiro, deve escolher, em sonhos, entre a Virtude e o Prazer: a primeira, vestida sobriamente, com a cabeça coberta, segura na mão uma espada e um livro, símbolos da dignidade viril e da vida contemplativa; a segunda, vestida de um modo mais frívolo, oferece-lhe uma flor de mirto, símbolo das glórias e dos prazeres terrenos.
Este quadro formava, provavelmente, um díptico com a tabuinha com as Três Graças, do Museu Condé, de Chantilly, de procedência e medida idênticas, que prossegue o episódio mítico com a oferta das maçãs das Hespérides ao herói como recompensa da sua virtude.
A aparente simplicidade da composição, a espontaneidade dos elementos estruturais e a harmonia da paisagem são fruto de um delicado e sutil equilíbrio de ritmos e modulações.
Rafael coloca em equilíbrio exato as duas possibilidades de escolha, deixando, assim, ao jovem adormecido, como ao observador, a sua decisão.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Rafael, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição alegórica que narre uma história baseado na religião, mitologia ou folclore, usando o material colorido que você mais gostar.
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