A obra foi encomendada a Ticiano por Alfonso d’Este, duque de Ferrara, para decorar o seu pequeno estúdio, o famoso “camarim de alabastro”, juntamente com outros episódios mitológicos: A Oferenda a Vênus, também conservada no Prado, Baco e Ariadne (Londres, National Gallery) e o A Festa dos Deuses, de Giovanni Bellini, de 1514 (Washington, National Gallery), retocado posteriormente por Ticiano, que harmonizou com as novas telas do ciclo.
Foi o mesmo destinatário que sugeriu a fonte literária antiga (Imagens, de Filóstrato) do episódio descrito: a festa dos habitantes de Andros, para a chegada de Dionísio à ilha, Ébrios, dançando junto a um regato de vinho.
Na partitura musical junto da jovem flautista loura identificada como a amante do pintor (de fato, tem a sua assinatura no decote do vestido), lia-se a canção: “O que bebe e não volta a beber não sabe beber.”
O mito pagão é interpretado com exuberante alegria compositiva quanto ao ritmo das formas plenas e vivas e com um luminoso brilho cromático, expressão no sentido dionisíaco da primeira fase da pintura de Ticiano.
As telas do ciclo constituíram um modelo de referência para todos os artistas do classicismo romano do século 17, a ponto de se contar que o pintor Domenichino chorou no porto de Nápoles enquanto o navio se afastava com esta obra e o seu par, doadas em 1637 a Filipe IV da Espanha.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Ticiano Vecellio, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição sobre a mitologia, usando o material colorido que você mais gostar.
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