Artista multidisciplinar, o pernambucano Tunga, nascido Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, morto em junho do ano passado, aos 64 anos, criou uma obra em que trabalhos mais antigos se desdobram em novas peças, mantendo sua interdependência e carregando em sua morfologia um código sintático alquímico.
Foi pensando nessa “espécie de cosmologia” particular do artista que os dois curadores da mostra Tunga: O Corpo em Obras, Isabella Rjeille e Tomás Toledo, organizaram a exposição de forma a propor ao visitante um percurso sem cronologia ou hierarquia entre as 86 peças provenientes do ateliê do artista, de acervos institucionais e coleções particulares.
Foram reunidas cerca de cem obras do pernambucano, em torno de temas da sexualidade e do erotismo, representativas de diferentes períodos de sua carreira desde os anos 1970.
Em seus trabalhos, criados a partir de materiais como bronze, latão, madeira, papel, borracha e maquiagem, Tunga revela uma visão de sexualidade como forma de estabelecer vínculos e transformações entre corpos, seres, matérias e linguagens.
A exposição está no segundo subsolo do museu, a mostra apresenta desde trabalhos emblemáticos da carreira do artista, como “Vê-nus” (1976) e a série “Eixos Exógenos” (1986-2000), a desenhos nunca antes expostos.
Com isso, a individual faz um diálogo com a exposição “Histórias da Sexualidade”, atualmente em cartaz no espaço, ao mesmo tempo em que presta uma homenagem à consistência da produção de Tunga.
Masp – Museu de Arte de São Paulo
av. Paulista, 1.578, Cerqueira César, tel.: 3141-5959
De terça a domingo, das 10h às 18h. Quinta, das 10h às 20h. R$ 30 (grátis às terças).
Até 11/3/2018.
Fique atento aos horários, eles podem sofrer modificações. Consulte sempre o site oficial da instituição.