Cézanne foi obcecado pela imponência dessa montanha, e pintou-a mais de sessenta vezes entre desenhos e pinturas, com crescente liberdade.
Nesta tela, a derradeira da série e de sua vida, a sucessão de camadas de tinta fluída utilizadas para sugerir as figuras da paisagem torna-se um quase abstrato mosaico de cores.
Cada parte tem uma função na composição, por exemplo, a profundidade é sugerida pelas variações tonais e de cor.
O mesmo ocorre com as formas. A montanha distingue-se e descola-se do céu graças às diferenças entre os azuis.
À frente dela, abre-se uma superfície na qual, ao mesmo tempo em que a cor mostra-se fragmentada, o colorido integra-se em um todo plenamente articulado.
No céu, chega um pouco do verde da vegetação, e os seus cinzas e azuis espalham-se pela montanha.