Obra-prima da retratística de Rafael dos primeiros anos da atividade romana do pintor, a tela é contemporânea da decoração da Stanza della Segnatura, no Vaticano, em cujos afrescos são inúmeros os retratos de amigos e personagens famosos da época que representavam figuras históricas do passado.
A encomenda do Vaticano fez crescer muito a fama e o prestígio do pintor, procurado pelos mecenas mais ou menos próximos da Cúria Romana, que rivalizavam entre si na adjudicação das suas obras.
O impenetrável cardeal era, seguramente, um conceituado membro da corte papal de Júlio II, mas não foi plenamente identificado apesar das inúmeras propostas dos estudiosos (Ipólito d’Este, Bandinello Sauli, o cardeal Alidosio, Bibbiena).
O jogo de volumes que formam a figura – duas pirâmides invertidas, unidas pelos vértices – revela o interesse geométrico e espacial que caracterizava toda a produção de retratos de Rafael.
A extrema naturalidade e elegância da pose, a segurança e simplicidade da composição e os refinados contrastes cromáticos manifestam, na sua essência, a força moral da personagem, a sua dignidade social e vital. Seja quem for o protagonista, a sugestão criada pelo olhar altivo e os lábios fechados mostram o tipo humano representado: o diplomata calculista e enigmático.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Rafael, experimente fazer uma releitura dele ou crie um retrato de alguém com importância histórica, usando o material colorido que você mais gostar.
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