O pintor expôs esta obra-prima da maestria retratística em 1805 em Madri, na Real Academia de Belas Artes de São Fernando. A identificação da senhora está numa nota escrita atrás da tela, e Goya pintou também o retrato do marido Dom Antonio, seu amigo íntimo, obra que viria a desaparecer num incêndio.
A ruiva castelã veste o traje de maja, em moda entre as senhoras espanholas, como sinal de patriotismo, em finais do século 18 e início do século 19. Dona Isabel mostra a sua triunfal beleza, segura de si e do seu poderoso fascínio.
No súbito movimento de torção, a figura compõe-se como um nítido e simples losango, partindo ao meio pelo véu de renda preta sob o qual transparece o fogo dos reflexos da blusa de seda vermelha.
A mantilha de renda preta, presa, em cima, por um pente seguro aos cabelos, emoldura como um auréola escura o rosto iluminado e brinca com a luz que se insinua entre as suas transparências.
A imagem vitoriosa desta mulher inscreve-se naquilo que viria a chama-se, na pintura ocidental moderna, o eterno feminino do sentimento romântico. Na celebração do impulso vital e da descarada beleza, Goya evoca os seus modelos amados: Ticiano e Velázquez.
O pintor sabe reproduzir com o pincel ágil e solto as pregas da renda transparente, numa sinfonia extraordinária de negros, protagonistas absolutos deste quadro. Serão exatamente estes negros que virão a fascinar, passados sessenta anos, Édouard Manet.
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Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Goya, experimente fazer uma releitura dele ou criar um retrato de alguém da sua família, utilizando o claro-escuro do Barroco e a elegância do Romantismo.
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