As Stanzas de Rafael, como ficaram conhecidas, são quatro salas do Palácio do Vaticano: Stanza della Segnatura, Stanza di Eliododo, Stanza dell’Incendio di Borgo e Stanza di Constanti.
Stanza della Segnatura
Em 1508, o Papa Júlio II encomendou a Rafael Sanzio a decoração do teto e das paredes da Stanza della Segnatura – um dos aposentos papais o Vaticano. Concluiu o trabalho em três anos, firmando-se como um dos grandes nomes do Renascimento.
Originalmente, a sala era usada por Júlio II (pontífice de 1503 a 1513) como biblioteca e escritório particular, onde também se assinava os decretos da Igreja. Daí seu nome, Sala das Assinaturas.
O teto é dividido em quatro seções dedicadas a cada uma das faculdades do espírito, representadas por alegorias femininas: Filosofia, Teologia, Poesia e Justiça.
Os mesmos conceitos são revisitados e explorados ainda mais nas grandes composições nas paredes circundantes. A filosofia corresponde talvez à obra mais famosa de Rafael, A Escola de Atenas, Teologia à Disputa do Santo Sacramento, Poesia ao Parnaso e Justiça às Virtudes Cardeais e Teológicas e Lei.
Na parede oposta ao Parnaso, correspondente à Justiça, há uma ilustração das Virtudes Cardeais (Fortaleza, Prudência e Temperança) e das Virtudes Teológicas (Fé, Esperança e Caridade) na parte de cima, abaixo, nas laterais da janela, podemos ver, à esquerda, a entrega do Pandectas ao imperador Justiniano, e, à direita, a entrega dos decretos ao papa Gregório IX. O pontífice é um retrato do papa que encomendou a obra, Júlio II (pontífice de 1503 a 1513), enquanto os cardeais a seu lado são Giovanni de Medici e Alessandro Farnese, os futuros papas Leão X (pontífice de 1513 a 1521) e Paulo III (pontífice de 1534 a 1549). A pintura da Entrega do Pandetas ao Imperador Justiniano é de Lorenzo Lotto.