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A Forja de Vulcano, Diego Velázquez

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A cena representa a entrada de Apolo na forja de Vulcano, a quem o jovem deus revela a traição da sua mulher, Vênus, com Marte; a notícia também colhe de surpresa os ajudantes do ferreiro divino, ocupados na fabricação das armas para o deus da guerra.

Esta é uma das poucas obras de Velázquez de tema mitológico e faz par com outra grande tela que representa, por seu lado, um episódio bíblico, Jacob Recebe a Túnica de José (Mosteiro do Escorial). Ambas as composições foram pintadas durante a primeira viagem do pintor à Itália, em 1630, e realizadas na casa romana do conde de Monterrey, embaixador da Espanha no tempo de Urbano VIII.

É evidente que durante a sua estada em Roma o artista espanhol, em introduzido no ambiente artístico da cidade, pôde ter acesso a diversas coleções principescas e em breve reuniu todas as sugestões suscitadas por tão exímias pinturas.

De fato, existem neste quadro ecos da estrutura nobre e pausada de Poussin, de Guido Reni e dos mestres holandeses; embora fascinado por modelos tão refinados, Velázquez não renunciou a mostrar a sua vivíssima curiosidade pelo real e pelo natural, que em Roma se esforçou ao contemplar as telas de Caravaggio e dos seus seguidores.

Mas, além da força destes nus, o quadro contém soberbos fragmentos de completa e verdadeira natureza-morta: os utensílios da fornalha, a armadura que está sendo fabricada e o pequeno jarro de cerâmica na prateleira da lareira.

O jarro, límpido e brilhante, que projeta nitidamente a sua sombra sobre a parede da lareira, tem a força de verdade das naturezas-mortas que o jovem pintor inseria frequentemente nos seus primeiros quadros, pintados em Sevilha.

O ferreira visto de costas é seguramente o elemento mais acadêmico de toda a cena. A anatomia e a solidez muscular da postura recordam inúmeros modelos da estatuária heroica, mas na época os cabelos encaracolados e o bigode eram habituais entre os ferreiros. Nas narrativas mitológicas, os ajudantes de Vulcano, os ciclopes, os gigantes com apenas um olho.

A cabeça de Apolo é coroada por uma auréola de raios que parece iluminar a penumbra da forja e sublinhar a característica de deus solar. O loureiro é um atributo de Apolo, consagrado ao deus depois de a ninfa Dafne se ter transformado na referida planta para fugir ao seu amor.

A Forja de Vulcano, 1630, óleo sobre tela, 223 x 290 cm, Diego Velázquez, Museu do Prado, Madri.
pincel

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Velázquez, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição mitológica que contenha características do Barroco, usando o material colorido que você mais gostar.

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