A mudança de Goya, um provinciano desconhecido de quase trinta anos para Madri, em 1775, marca o começo de um trajeto pessoal e artístico na sua carreira.
A primeira encomenda para a corte foi a realização dos cartões destinados aos tapeceiros da Real Fábrica de Tapetes de Santa Bárbara para decorar duas residências dos soberanos espanhóis: o Palácio de São Lourenço do Escorial, onde a corte costumava passar o Outono, e o Pardo, em Madri, residência habitual de Inverno (os palácios de Aranjuez e da Granja destinavam-se, respectivamente, à Primavera e ao Verão).
Goya entregou, entre 1775 e 1792, sessenta e três cartões, reunidos em sequência por tema e estilo; a tela ilustrada pertence à série para a sala de jantar do Palácio do Pardo, residência dos príncipes das Astúrias, o futuro Carlos IV e Maria Luísa de Parma.
Perto de um muro, a elegante moça senta-se ao sol e então um jovem abriga-a com uma sombrinha verde. Imerso no clima galante e refinado do rococó, o artista interpreta o tema numa atmosfera já marcada pelo desencanto e pela ironia, presentes também nas obras de Giandomenico Tiepolo, que chegou a Madri juntamente com seu pai, Giambattista.
Nas cenas plácidas e serenas, nas tranquilas brincadeiras e nos agradáveis recreios, as relações cromáticas, em linha com a tradição da luminosa pintura veneziana, encontram concordâncias perfeitas.
Em vista da sua transposição para tapete, colocado sobre uma porta a composição é simplificada, mas a líquida e brilhante textura pictórica revela igualmente a maestria do artista.
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