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Saturno Devorando um de seus Filhos, Francisco de Goya

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Essa obra também conhecida por Saturno pertence ao Museu do Prado, em Madri. É uma das mais famosas pinturas negras que decoravam a Quinta do Surdo. O afresco ocupava um lugar à esquerda da janela na sala de jantar.

O conjunto de catorze cenas a que pertence esta obra ficou conhecido como “Pinturas Negras” pelo uso de pigmentos escuros e negros, assim como pelo modo sombrio dos temas.

A obra representa o deus Cronos (deus do tempo), Saturno na mitologia romana, no ato de devorar um dos seus filhos. A figura era um emblema alegórico do passar do tempo, pois Saturno comia os filhos recém nascidos de Reia, sua mulher, por temor a ser destronado por um deles.

A crueldade do mito despertou a atenção de Goya, que odiava a irracionalidade da velhice.

Saturno é representado de forma grotesca, sem um contorno definido, com pinceladas fortes e vibrantes. Ele representa o horror, o monstro. Seus olhos estão esbugalhados, um branco intenso rodeando a pupila, olhos de um lunático. Para manter o poder, o deus atravessa o limite máximo da crueldade.

A luz está focada em Saturno, deixando todo o resto do quadro na escuridão. A morte da luz amplia a sensação de pessimismo. As cores limitadas, incluem o castanho, o preto, o cinza e o vermelho.

O corpo do filho, retratado como adulto, amplia a tensão da obra. Em resumo, é um monstro devorando um homem. O tempo que consome a vida humana.

O carácter privado e intimista daquela casa permitia ao artista exprimir-se com grande liberdade. Ele pintou diretamente nas paredes no que deve ter sido uma técnica mista, pois a análise química revela o uso de óleos nessas obras.

O Barão Émile d´Erlanger adquiriu “la Quinta” em 1873 e teve as pinturas transferidas para tela. As obras sofreram muito no processo, perdendo grande quantidade de tinta. Por fim, o Barão doou essas pinturas ao Estado, que foram enviadas ao Museu do Prado, onde estão em exposição desde 1889.

Saturno Devorando um de seus Filhos, 1820-23, técnica mista sobre tela, 143,5 x 81,4 cm, Francisco de Goya, Museu do Prado, Madri.

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Goya, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição sombria que remeta à algo da mitologia, usando o material colorido que mais gostar.

Fotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência conosco, nas redes sociais, usando a #historiadasartestalento

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Respostas de 2

  1. Interessante Margaret e Simone. Tenho uma dúvida no entanto, porque em visita ao Prado, o audio guide diz que esse quadro foi pintado de fato por um dos pupilos de Goya e não por ele mesmo. Ha alguma referência bibliográfica sobre o fato? Agradeço .

    1. Olá, Roger, de acordo com o site do Museu do Prado as pinturas murais que decoravam a casa conhecida como la Quinta del Sordo, onde Goya morava, ficaram conhecidas como as Pinturas Negras. Ele pintou diretamente nas paredes no que deve ter sido uma técnica mista, pois a análise química revela o uso de óleos nessas obras. O Barão Émile d´Erlanger adquiriu “la Quinta” em 1873 e teve as pinturas transferidas para tela. As obras sofreram muito no processo, perdendo grande quantidade de tinta. Por fim, o Barão doou essas pinturas ao Estado, que foram enviadas ao Museu do Prado, onde estão em exposição desde 1889. Não encontramos registro de que a pintura tenha sido transferida para tela por um dos seus aprendizes. Abraço

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