Reunindo aproximadamente 213 obras do acervo de Paulo Bruscky em uma área de 130m² com obras que rompem os limites das palavras por meio de diversas linguagens,.
A curadoria é de Paulo Bruscky, Yuri Bruscky e Adolfo Montejo Navas.
A exposição é um recorte panorâmico da rica e diversificada produção da poesia de vanguarda brasileira, com trabalhos focados em estéticas radicais e no cruzamento entre as mais diversas linguagens e suportes tecnológicos.
A pesquisa que deu origem a este projeto fez um levantamento histórico, que incluiu os movimentos mais representativos e algumas experiências isoladas, que foram pioneiras no contexto da Poesia Experimental Brasileira.
Entre elas estão o poema pré-concreto de Gregório de Matos, do século 17, as composições acrósticas de Frei João do Rosário, onde letras de cada verso formam palavras ou frases diferentes, datadas de 1753, e a obra de Sounsândrade, escritor e poeta nascido no Maranhão, e que viveu durante a segunda metade do século 19.

O público pode conhecer investigações poéticas como o poema carimbo Miramar, de Oswald de Andrade; o poema Isso É Aquilo, de Carlos Drummond de Andrade, trabalhos de João Cabral de Melo Neto, entre outros.
Além das obras, a exposição conta com farto apanhado documental, composto por fotografias, cartazes, catálogos, livros, jornais, revistas e cartas.
Diferentes movimentos poéticos estão presentes, como a Poesia Concreta, criada em 1956 por Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari.
O grupo criou a Revista Noigandres, publicação lançada em 1952, peça de grande importância para a evolução do movimento.
Outra referência é o livro Concrétion, lançado também em 1952, de Vicente do Rego Monteiro, em antecipação ao Movimento Concretista.
Destacam-se também trabalhos do grupo concretista do Ceará (1957), a Poesia Práxis, criada em São Paulo, por Mário Chamie (1961); o Poema/Processo, lançado simultaneamente no Rio de Janeiro e em Natal (entre 1967 e 1972), e a Poesia Visual/Experimental, que surgiu no Brasil na década de 1940.

Por fim estão presentes exemplos de Poesia Visual encontrada na publicidade, brinquedos e utensílios domésticos, criados através do reaproveitamento de latas de produtos industrializados e comercializados em feiras e mercados populares.
“Um dos destaques da exposição é a posição vanguardista dos artistas. O questionamento sobre a relação entre linguagem e sociedade foi vital em suas obras. Com abordagens nada convencionais, os trabalhos representam um rompimento das convenções artísticas, propondo experimentações e novas maneiras de se comunicar, a partir das palavras e das formas”, diz Michael Anielewicz, técnico de programação de artes visuais do Sesc Bom Retiro.
Durante o percurso, uma linha do tempo revela toda a trajetória do gênero no Brasil, uma seção tecnológica e interativa foca na poesia sonora, e a biblioteca da unidade recebe materiais e atividades ligadas aos temas da exposição.
“A linguagem classifica objetos, pessoas e define papéis sociais, enquanto as obras de Poesia Visual rompem com as convenções do mundo à sua volta. As obras articulam inventividade em forma de gravuras, tipografias e colagens, criando novos significados, e questionando os limites da escrita e da fala. Nos obrigam a pensar como indivíduos inseridos no meio social, e refletir sobre as fórmulas e estruturas pré-concebidas de comunicação”, enfatiza Anielewicz.
Todos os materiais e obras presentes integram o arquivo do artista multimídia pernambucano Paulo Bruscky.
Referência internacional para pesquisadores em arte contemporânea, o Instituto Paulo Bruscky é o maior acervo de arte e multimeios da América
Sesc Bom Retiro. Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos – São Paulo. Aberta de terça a sexta, das 9h às 21h.; sábados, das 10h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h. Gratuita. Até 08/09/19.
Fique atento! O horário pode sofrer modificação. Consulte o site oficial da instituição.