Técnicas artísticas: ourivesaria e prataria

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Técnicas artísticas: ourivesaria e prataria
   

Desde o final da Pré-História, o metal é um dos principais suportes para a realização de obras humanas que podem ser chamadas de arte. Sua funcionalidade e seu destino final têm variado muito ao longo da história.

No sentido literal, ourivesaria é a arte de fabricar objetos em ouro, ainda que, ocasionalmente, possa ter sentido mais extenso, que incorpora não só a prata, mas qualquer tipo de trabalho com metais e pedras preciosas.

Em todas as civilizações, as peças de ourivesaria sempre tiveram lugar de destaque. Graças ao valor do material com que são realizadas, estão associadas à atividades de profundo sentido simbólico.

O termo prataria aplica-se à arte de fabricar vasilhas e objetos em prata. Seu uso é antiquíssimo, mas os estudos dessa atividade concentram-se nas peças entre o fim da Idade Média e o século 19.

Para sua utilização, a prata é misturada com materiais de qualidade inferior, que diminuem sua pureza e assim garantem maior durabilidade aos objetos. Como esse procedimento acaba diminuindo o valor intrínseco dos objetos, sempre houve leis reguladoras da quantidade de prata utilizada em cada pela, para que não se cobre um valor superior ao real.

O trabalho de prataria e ourivesaria acontece de diversos modos com martelos, prensas, estampas, moldes de madeira, soldadores e peças de fundição. No estudo da prataria, o historiados de arte tem que observar, em primeiro lugar, as marcas dos prateiros, que são os selos que os artífices desenham nas peças.

Os prateiros, como os demais ofícios artísticos, eram regidos por um sistema de associação cooperativa, que começava com o aprendizado (sempre a serviço do mestre); finalizado esse período, o aspirante tornava-se oficial, que trabalhava para distintos prateiros; por fim, para alcançar o posto de mestre precisava se submeter a exames em certas regiões. Como todos os outros artífices, o prateiro era considerado um artesão. No entanto, o valor de sua matéria-prima e o contato com aristocratas levaram muitos desses profissionais a tomar consciência de seu trabalho.

A realização das pelas era feita mediante contrato. Na Espanha, por exemplo, a clientela dos prateiros foi, frequentemente, eclesiástica, o que determinou o tipo de objetos mais comuns, que faz parte da liturgia: cálices, custódias, hostiários, relicários candelabros, cruzes, coroas, etc.

Os trabalhos em prata também foram muito influenciados pela arquitetura, à qual se associava estilisticamente. Existem estampas com modelos decorativos que se difundiram com certa constância na Europa. Elas reúnem muitos elementos figurativos, mas também desenhos abstratos. Por tudo isso, o estudo de um objeto em prata, além de levar em conta o seu uso funcional, representativo e simbólico, deve observar como ele se relaciona com a linguagem arquitetônica, o ornamento e a plástica escultórica.

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