A Virgem da Rosa, Rafael Sanzio

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A Virgem da Rosa, Rafael Sanzio
   

No segundo decênio do século 16, Rafael dirigia o ateliê romano mais importante e solicitado, do qual saíram, nos anos anteriores à sua morte precoce, ocorrida em 1520, inúmeras imagens da Virgem e e São João, precursor de Cristo. Muitas delas são consideradas pelos estudiosos como obras dos seus discípulos, especialmente de Giulio Romano e Giovan Francesco Penni, aos quais também se atribuiu no passado a obra aqui ilustrada.

Os dois meninos, Jesus e São João, disputam entre si um pequeno papel com a profecia do destino de Cristo, Ecce Agnus Dei, sob o olhar melancólico da Virgem e a presença absorta de São José.

A parte inferior, com a rosa que dá o título à obra, é um acréscimo posterior e não aparece nas inúmeras réplicas antigas. Possivelmente o acréscimo se deu ao passar a pintura da tábua para a tela. Outras “Sagradas Famílias” de Rafael também conheceram um êxito continuado ao longo do tempo mercê da bondade e da natureza do desenho e da obtenção da beleza ideal.

Reconhecida, na atualidade, a mão do mestre, o quadro é um minucioso estudo de composição e movimento, com grande leveza na delicada execução em espiral, que remete para um desenho de Leonardo da Vinci.

A cabeça da Virgem, inclinada para o lado, representa o ponto de chegada de um impulso em espiral que anima as figuras e os seus movimentos.

A tipologia do rosto dela, envolto em doçura e marcado pelo entrançado dos cabelos e pelo véu, estabelece uma definitiva representação mariana que viria a tornar-se muito popular, Michelangelo, Sebastiano del Piombo e Parmigiano elogiaram o longo pescoço que segura a cabeça da Virgem.

Ele repete, de forma invertida, a estrutura da obra Madona Aldobrandini, da National Gallery de Londres, sem a paisagem abeta do fundo, substituída por uma obscuridade sem matizes.

O absorto São José, quase confundido com a sombra, parece aludir à nossa condição de espectadores da sagrada cena e à habilidade do pincel rafaelesco. A pintura de São José aparece suavizada pela sábia utilização da luz, que cria zonas de contraste em claro-escuro sobre os meninos e Maria.

A Virgem da Rosa, 1518-20, óleo sobre madeira transferido para a tela, 103 x 84 cm, Rafael Sanzio, Museu do Prado, Madri.

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Rafael, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição que narre uma cena com pais e filhos, usando o material colorido que você mais gostar.

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