A tela, juntamente com a sua companheira, A Maja Vestida, foi muito provavelmente concebida para fazer par com aquela: ambas montadas numa moldura dupla, a tela com a moça vestida devia cobrir a nua como se fosse uma tampa que podia ser levantada.
Sobre a otomana de veludo verde, a maja, deitada numa simples diagonal sobre as almofadas de seda e o lençol bordado, proporciona uma das imagens mais famosas da beleza feminina, triunfal exaltação e celebração da vida.
Nela se surpreende a franqueza do nu: a protagonista exibe-se sem o menor recato, com os braços para cima, por detrás da cabeça, enquanto olha atentamente o expectador e, para ressaltar a ausência de qualquer intenção alegórica, não esconde o púbis, até então ausente na pintura.
A beleza não é aqui um cânone abstrato e ideal, mas uma apaixonada participante: o corpo resplandecente vive no abraço da luz, protagonista móvel que cria no ambiente concavidades de sombras secretas, deslumbra e roça, desliza sobre as brancas carnes e sobre os tecidos, propaga-se e reaparece com palpitações e suspiros.
Esta criação inspira-se, sem dúvida, nos célebres nus de Ticiano e de Velázquez, mas estabelece o novo modelo de sensibilidade e visão exclusiva de Goya, sem pretextos nem reparos, talvez por isso foi tão apreciada pelos artistas do século 19, em primeiro lugar por Edouard Manet através do quadro a Olympia do Museu d’Orsay, em Paris.
Em 1796, o relacionamento de Goya com a Duquesa de Alba causou um escândalo. A nobre viúca de 34 anos era quase 16 anos mais moça que Goya e famosa por sua natureza impulsiva. Quando o duque morreu, ela retirou-se para sua propriedade em Sanlúcar, levando junto o artista. Ali, supõe-se, os dois se tornaram amantes. O certo é que o diário de Goya revela um clima idílico e muitos de seus esçobos, para os quais a duquesa teria servido como modelo, mostram mulheres em poses eróticas.
Esta obra pertence ao Museu do Prado em Madri.
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